1961 - FRAGATA "PÊRO ESCOBAR" PROJECTA CARGAS DE PROFUNDIDADE COM MORTEIRO "SQUID" DE 305MM EM ANGOLA


Província Ultramarina de Angola, Portugal
1961

Exercícios de luta anti-submarina conduzidos pelo NRP "Pêro Escobar" (F335), fragata da Marinha Portuguesa, na costa da Província Ultramarina de Angola, Portugal, 1961.
Nas filmagens podemos assistir ao municiamento e disparo de um morteiro anti-submarino "Squid" ("Lula") de 305mm (12 polegadas), de desenho e fabrico britânico. Cada projéctil (carga de profundidade) tem uma massa de 177 kg contendo uma carga de 94 kg de explosivo "Minol". Projectados até a uma distância efectiva de 250 metros (máxima de 400 metros) do navio, afundam a uma velocidade de 13,3 m/s sendo pré-programados, por temporizador, para detonarem à profundidade desejada (até um máximo de 270 metros). O navio contava com 2 plataformas "Squid" com 3 tubos cada (a estibordo e bombordo, à vante, logo após a ponte de comando), usados para projectar, em condições ideais, duas cargas simultâneas de 6 projécteis, cada uma delas distribuídas por forma a formarem os vértices de um triângulo.
Num primeiro momento assistimos à subida do projéctil desde o paiol inferior até ao convés; ao seu encaminhamento sobre estrutura de carris até junto do morteiro "Squid"; à colocação deste em posição semi-horizontal para poder receber o projectil; segue-se a colocação (lateral) dos propelentes e percutores, e, com o morteiro já na posição de ângulo vertical, ao disparo de dois projecteis; impacto dos mesmos no oceano, com a detonação de uma das cargas a ter lugar próxima da superfície.
A fragata "Pêro Escobar", ao serviço de 1957 a 1975, deslocava 1 600 toneladas, com 93 metros de comprimento, 10,8 metros de boca e 3 metros de calado. Propulsionada por duas caldeiras Foster Wheeler e por duas turbinas a vapor, conseguia uma velocidade máxima de 32,6 nós (tendo sido durante vários anos o navio mais rápido da Marinha Portuguesa), com um alcance operacional máximo (à velocidade de cruzeiro de 12 nós) de 8 000 km.
Equipada com radar de aviso aéreo MLA 1B, de aviso de superfície SPS 12, e de controle de tiro NSG ELSAG, com sonar AN/SQS 17 A, contava com uma guarnição de 172 homens (12 oficiais, 24 sargentos e 136 praças), estando armada com: 2 peças de 76 mm (automáticas, alimentadas por carregadores de 14 munições), uma à vante e outra à ré; 2 peças de 40 mm; 2 morteiros "Squid" para projecção de cargas de profundidade; 1 reparo triplo lança-torpedos (à ré) e 2 calhas para largada de cargas de profundidade.
O navio porta o nome de Pêro Escobar, um navegador português que viveu entre os séculos XV e XVI, que tem atribuída a descoberta das ilhas de São Tomé, Ano-Bom e Príncipe, tendo feito parte das guarnições de Vasco da Gama, em 1497, na descoberta do caminho marítimo para a Índia e, com Álvares Cabral, em 1500, na descoberta do Brasil.
Desenhada e construída, com base em projectos dos EUA, nos estaleiros "Cantieri Naval Meccanica" em Castellamamre di Stabia (Nápoles, Itália), lançada à água em 25 de Setembro de 1955, a fragata seria alcunhada de "Gina" pelos seus marinheiros, em referência à actriz italiana Gina Lollobrigida (1927-2023), em referência à origem italiana de ambas e às suas linhas harmoniosas.




Vídeo via Arquivos RTP







Marcação da localização, à vante, abaixo da ponte de comando, dos dois morteiros de luta anti-submarina "Squid", a estibordo e bombordo, no NRP "Pêro Escobar" (F335), 1961.







Projéctil (Carga de Profundidade).




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