Marinha Portuguesa e Polícia Judiciária abordam e apreendem dois pesqueiros com 7 toneladas de cocaína a 500 milhas náuticas do Funchal
Atlântico, Madeira, Oceano Atlântico
17 e 20 de Novembro de 2025
A Operação "Renascer", conduzida pela Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária (PJ) Portuguesa, suportada por meios operacionais da Marinha Portuguesa e da Força Aérea Portuguesa, apreendeu, a 17 de Novembro de 2025 e a 20 de Novembro de 2025, um total de 7 toneladas de cocaína, transportada em dois navios pesqueiros, de pavilhão brasileiro, interceptados a cerca de 1 000 milhas náuticas (1 850 km) de Lisboa e a 500 milhas náuticas (925 km) a Sul-Sudoeste do Porto do Funchal na Região Autónoma da Madeira.
Segundo o director da UNCTE, em conferência de imprensa ao final da manhã de 22 de Novembro de 2025, na sede da PJ, na Avenina Gomes Freire em Lisboa, "[a cocaína destinava-se] ser transferida em alto mar para embarcações de alta velocidade que, por sua vez, a fariam introduzir nas costas da Península Ibérica, para posteriormente seguir para outros países europeus"
Foi aqui empenhado o NRP D. Francisco de Almeida (F334), fragata da classe classe Bartolomeu Dias da Marinha Portuguesa, com destacamento "Haddock" da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha (EHM) com helicóptero Lynx Mk.95A, que projectou uma equipa do Destacamento de Acções Especiais (DAE) do Corpo de Fuzileiros da Marinha Portuguesa, em acção de visita, abordagem, busca e captura de meios navais ("Visit, Board, Search, and Seizure", VBSS), com descida em "fast rope". Os elementos da Unidade de Operações Especiais da Marinha Portuguesa realizaram também acção de abordagem com recurso a lancha rápida semi-rígida (de que a F334 conta com duas unidades orgânicas).
Podemos observar estes operacionais do Corpo de Fuzileiros com armados com pistolas metralhadoras Heckler & Koch H&K MP5 ("Maschinenpistole 5"), em calibre 9x19mm Parabellum, de coronha retráctil, modernizadas com calha e guarda-mão do fabricante sueco SPHUR, com óptica holográfica EOTECH HWS EXPS e lanterna táctica.
Foi ainda aqui usada aeronave não tripulada de reconhecimento Puma 3 AE ("All Environment"), do fabricante norte-americano Aerovironment, com 20 km de alcance, autonomia de 2.5 a 3 horas e dotada de sensores elecrto-ópticos (visão térmica e infra-vermelho), a cargo de equipa especializada da X31, a Unidade de Sistemas não Tripulados da Marinha.
A embarcação abordada na madrugada de 17 de Novembro de 2025 transportava 2,5 toneladas de cocaína e a embarcação abordada durante a tarde de 20 de Novembro de 2025, transportava 4,5 toneladas de cocaína. Ambas as embarcações eram provenientes da América do Sul, tendo a cocaína sido carregada ao largo da costa Brasileira. Foram aqui detidos um total agregado de 10 tripulantes de nacionalidade brasileira. Serão apresentados a Juiz de Instrução de Criminal no Tribunal do Funchal para que lhes sejam decretadas as medidas de coacção enquanto enquanto aguardam julgamento - tendo a cinco deles sido aplicada medida de prisão preventiva e os restantes cinco aguardam ainda apresentação ao juiz. Num dos navios pesqueiros aqui apreendidos é possível observar, no topo frontal da cabina, a inscrição bíblica "Tudo Posso Naquele Que me Fortalece" [ Filipenses 4:13].
A UNCTE da PJ, dirigida desde 2018 pelo coordenador superior de investigação criminal Artur António Carvalho Vaz, levou a efeito esta operação em cooperação, além dos meios já referidos das Forças Armadas Portuguesas, bem como do Departamento de Investigação Criminal da Madeira da PJ, com a Polícia Federal do Brasil, com a DEA ("Drug Enforcement Administration", EUA), com a JIATF South ("Joint Interagency Task Force South", dos EUA), com a NCA ("National Crime Agency", do Reino Unido), e com o MAOC-N ("Maritime Analysis and Operations Centre – Narcotics").
O MAOC-N é uma plataforma de cooperação internacional, co-financiada pela União Europeia, para reforço do combate ao narcotráfico por via marítima, criada e com sede desde 2007 na zona oriental de Lisboa (Avenida Infante D. Henrique, Doca do Poço de Bispo), e do qual fazem parte nove países europeus: Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Irlanda, Reino Unido, Bélgica e Alemanha (tendo Cabo Verde o estatuto de observador na mesma). A MAOC-N é dirigida desde Setembro de 2025 por José Ferreira, coordenador superior de investigação criminal da PJ e, durante oito anos, o Director de Operações da MAOC-N.
















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