25 de Novembro de 1975 - Carro de combate M24 "Chaffee" em Beirolas na Zona Oriental de Lisboa


Beirolas, Zona Oriental de Lisboa, Portugal 
25 de Novembro de 1975

Movimentações e posições militares contingentes junto ao Depósito Geral de Material de Guerra em Beirolas, na região Oriental de Lisboa, a 25 de Novembro de 1975, podendo ser observado, em primeiro plano, afecto à Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém, um carro de combate ligeiro M24 "Chaffeee" m/1952, 18 ton, com peça principal M6 L/39 de 7,5 cm com 48 munições, com uma metralhadora pesada M2 calibre 12,7x99mm NATO sobre a torre; e, sobre o muro, um militar armado com pistola-metralhadora UZI em calibre 9x19mm Parabellum. O "Chaffee" entrou ao serviço do Exército Português em 1952 com um total de dezanove unidades entregues até 1954.
Na sequência do Golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), que levou à deposição do Estado Novo, Portugal viveu um período conturbado, designado por Processo Revolucionário em Curso (PREC). Este processo culminaria, a 25 de Novembro de 1975, quando forças militares se revoltaram, contestando a nomeação do Major Vasco Lourenço como Comandante da Região Militar de Lisboa (RML) pelo Conselho da Revolução (CR).
A acção dos revoltosos inicou-se com militares paraquedistas a avançar com a ocupação da Base Escola, da Base Aérea de Tancos, da Base Aérea de Monte Real, da Base Aérea do Montijo e do Estado-Maior da Força Aérea (EMFA). Em apoio à insubordinação, o RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa) – atual Regimento de Transportes (RTransp) – colocou em campo armamento e barreiras de controlo de acessos, visando bloquear o eixo do Aeroporto e a Autoestrada do Norte, seguindo-se ainda as ocupações dos estúdios da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e do comando da 1.ª Região Aérea, em Monsanto.
Este movimento seria contrariado, nesse mesmo dia, por uma acção militar liderada pelo dito "Grupo dos Nove", com o apoio, entre outras, das forças do Regimento de Comandos (Amadora), sob comando do Tenente-Coronel Jaime Neves, e da Escola Prática de Cavalaria (Santarém), sob comando do Capitão Salgueiro Maia, e com comando militar alargado pelo Tenente-Coronel Ramalho Eanes, e que conduziria, assim, Portugal à via Constitucional.
Na cerimónia das comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro de 1975, ao início da manhã da mesma data em 2025, no Terreiro de Paço em Lisboa, o Tenente-general Alípio Tomé Pinto, escolhido a 28 de Agosto de 2025 pelo Ministério da Defesa Nacional, liderado por Nuno Melo, como Presidente da Comissão dos 50 anos do 25 de Novembro, terminou a sua intervenção citando Sophia de Mello Breyner Andresen, umas das 19 deputadas eleitas, representando o círculo eleitoral do Porto pelo Partido Socialista, para a Assembleia Constituinte, que vigorou entre Abril de 1975 a Abril de 1976, recordando a afirmação da mesma a 10 de Dezembro de 1975, em debate sobre Organização do Poder Político, "(...) Não compete ao Exército fazer a política, mas sim defender a liberdade da vida política (...)".
O então Capitão Alípio Tomé Pinto integrou o Posto de Comando da Amadora, o centro operacional da resposta militar do 25 de Novembro de 1975, sob chefia do Tenente-Coronel Ramalho Eanes, como adjunto de comando operacional.


Fotos por Luis Vasconcelos






Infografia táctica via Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril




Depósito Geral de Material de Guerra em Beirolas, cartografia (1:500) de 1970 via Camara Municipal de Lisboa CML. Ref. 38.77589434911014, -9.09824513706199


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