"Comandos" da 16.ª Força Nacional Destacada na RCA operam sistema digital de comando e controlo em operação real
República Centro-Africana (RCA)
3 Janeiro a 30 Março de 2025
Parte da 16ª Força Nacional Destacada, das Forças Armadas Portuguesas, constituída como Força de Reacção Rápida (QRF) da Missão Internacional das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (16QRF/MINUSCA), temos o comandante de equipa do 3.º Grupo de Combate, J. Antunes, a introduzir o planeamento de uma operação real no sistema de Gestão de Campo de Batalha ("Battlefield Management System", BMS) que equipa as viaturas tácticas ligeiras blindadas 4x4 VAMTAC ST5 do Exército Português.
Integrando efectivos do Batalhão de Comandos (BCmds) do Exército Português, esta força, comandada pelo (OF-4) Tenente-Coronel Luís Gomes, actuou no Teatro de Operações da RCA entre 6 de Dezembro de 2024 e 14 de Junho de 2025, estando aqui referenciada no contexto específico de projecção, ao longo de 3 meses, para as regiões de Bossembélé e Yaloké, de 3 de Janeiro de 2025 até 30 de Março 2025, onde executaria patrulhas de presença para controlar o eixo da estrada RN3 de Bossembélé - Yaloké - Bossemptélé (que se estende ao longo de aproximadamente 137 Km, a cerca de 200 Km a noroeste da capital Bangui), a fim de impedir a actividade criminosa dos grupos armados, apoiar o processo de recenseamento eleitoral e garantir a protecção da população civil. Durante a operação foram realizadas um total de 168 patrulhas motorizadas e apeadas, percorridos 59 723 Km e consumidos 27 000 Litros de combustível.
Durante a guerra-civil centro-africana, a 18 de Janeiro de 2014, Bossemptélé (pop. 22 mil habitantes) teve uma centena de civis muçulmanos massacrados pelas coligação de milícias Anti-Balaka, após a captura daquela localidade na sequência da retirada da coligação de milícias Séléka.
O "Battlefield Management System" (BMS) em uso pelo Exército Português, é um sistema de comando e controlo (C2), BMS-C2, desenvolvido através de um Protocolo entre o consórcio constituído pelo Exército, Critical Software, Marinha, Autoridade Marítima Nacional, INESC-ID Lisboa e o Ministério da Defesa Nacional. Equipa os carros de combate Leopard2 A6, as viaturas blindadas Pandur II 8x8 e as viaturas tácticas ligeiras blindadas 4x4 VAMTAC ST5.
Permite alcançar e integrar uma imagem comum das operações ("Common Operation Picture", COP) das forças no terreno, sustenta análise do terreno e do dispositivo de forças, georreferenciação, troca de mensagens (NATO APP-11) e interoperabilidade com outros sistemas (NATO "Friendly Force Tracking System" – STANAG 5527; e C2 – MIP ADEM).
A República Portuguesa participa na MINUSCA desde a sua criação, tendo alocado a sua primeira força nacional destacada em 2017 e mantendo esta acção nestes 8 anos, com rotações semestrais (actualmente na sua 17.ª rotação e com a 18.ª em fase final de aprontamento para a render), sempre afecta como Força de Reacção Rápida ("Quick Reaction Force", QRF).
Foto seleccionada e editada por "Espada & Escudo", publicada originalmente in Azimute - Revista Militar da Infantaria Portuguesa, N.º 10 de 2025, artigo "PROJEÇÃO DE FORÇAS DA MINUSCA E A SUA INTERVENÇÃO NA OPERAÇÃO DE SEGURANÇA DE ÁREA EM YALOKÉ", por Maj Inf “Cmd” Tiago Fonseca Albuquerque, Oficial de Operações da 16QRF/MINUSCA, página 40. Apontamento infográfico por "Espada & Escudo", sobre ortofotomapa Bing Maps (Tom Tom, OpenStreetMap, Earthstar Geographics SIO), do eixo viário Bossembélé - Yaloké - Bossemptélé sobre a RN3 na RCA.


Comentários