Levantamento hidrográfico e geofísico do leito da Base Naval de Lisboa


Alfeite, Portugal
2 a 18 de Dezembro de 2025

Levantamento hidrográfico e geofísico do leito da Base Naval de Lisboa (BNL), incluindo o Canal do Alfeite e o Canal do Arsenal, por meios e equipa especializada do Instituto Hidrográfico, de 2 a 18 de Dezembro de 2025.
Visando recolher e actualizar informação hidrográfica e geológica, com especial incidência sobre a evolução do leito sedimentar, foram aqui empregues as lanchas hidrográficas "Orca" e "Gaivota", a Unidade Auxiliar da Marinha (UAM) "Fisália" bem como a unidade de superfície tripulada remotamente "Atlas".
Em termos de equipamento, foi usado o TOPAS PS120, um "profiler" do sub-leito, do fabricante norueguês Kongsberg Maritime AS, que permitiu a recolha de batimetria de elevada resolução (multifeixe) e a execução de perfis de reflexão sísmica, que permitiu caracterizar a estrutura das camadas sedimentares e identificar a rocha consolidada em profundidade. Foi também usado, para a recolha de amostras, o sistema Smith-McIntyre (incidindo sobre amostras sedimentares superficiais) e o sistema Vibrocorer (para amostras verticais), ambos do fabricante britânico OSIL (Ocean Scientific International Ltd).
O "Atlas" é uma unidade de superfície tripulada remotamente, correspondendo ao modelo Otter X do fabricante norueguês Maritime Robotics AS, com uma massa em seco de cerca de 1 tonelada, com 4,6 metros de comprimento, 2,2 metros de boca e 1,9 metros de altura, com sistemas de comunicações base 5Ghz MIMO /WiFi / LTE(4G), equipado camara, navegação por inércia. A sua motorização, eléctrica, é alimentada por 4 baterias de iões de lítio, contando com dois propulsores de 11kW, um em cada secção da estrutura de "catamaran". Possui capacidade modular de carga útil ("payload"), para diferentes sensores (com duas secções secas), compreendendo equipamentos de batimetria multifeixe e capacidade de operação autónoma com desvio e reconhecimento face a obstáculos.
A execução desta recolha de informação permite, designadamente, executar procedimentos de avaliação e de intervenção em termos de manutenção das condições de segurança da navegação, bem como de aprofundamento ou alargamento de canais, de especial relevo face a uma dinâmica sedimentar marcada por processos contínuos de assoreamento e aos requisitos colocados pela possível operação de navios de maior calado.
O Instituto Hidrográfico, criado em 22 de Setembro de 1960, é dirigido actualmente, e desde 25 de Outubro de 2022, pelo Contra-almirante (OF-7) João Paulo Ramalho Marreiros, na directa dependência do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). O Agrupamento de Navios Hidrográficos da Marinha Portuguesa, composto por quatro unidades principais (NRP D. Carlos I e NRP Almirante Gago Coutinho da classe D. Carlos I; e NRP Andrómeda e NRP Auriga da classe Andrómeda), é comandado, desde 17 de Novembro de 2025, pelo Capitão-de-fragata (OF-4) Machado Martins.



"Atlas"


Fotos da acção via Instituto Hidrográfico (IH)




BNL, Canal do Alfeite e Canal do Arsenal em Carta náutica electrónica, de referência anterior, seleccionada e editada por E&E, via serviço "Hidrográfico+" do IH. 

As indicações numéricas correspondem à profundidade em metros, com o número em linha a indicar os metros inteiros, e o número subscrito a indica os decímetros (ou seja, a casa decimal). Se observar o número 4 | 6 (perto da ponta do molhe do Alfeite), significa uma profundidade de 4,6 metros (ou 4 metros e 60 centímetros). 
Estes valores indicam a profundidade da água num nível de referência muito baixo (o Zero Hidrográfico, ZH), correspondente à maré astronomicamente mínima.

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