LANÇAMENTO DE V2 ALEMÃ DE PORTA-AVIÕES AMERICANO


Bermudas, Caraíbas, Atlântico
6 de Setembro de 1947

A 6 de Setembro de 1947, a Marinha dos Estados Unidos lançava um foguete V2, capturado às Forças Armadas Alemãs no final da 2.ª Guerra Mundial, a partir do convés de voo do porta aviões USS Midway (CVB-41), a Sudoeste das Bermudas (Caraíbas, Atlântico). Após conseguir recuperar a trajectória, afectada por desvio assinalável logo no início do arranque, viria a desintegrar-se a cerca de 4 km de altitude, com os destroços a caírem ao mar a cerca de 5 km do USS Midway.
A Marinha dos Estados Unidos considerou, ainda assim, este exercício (Operação "Sandy") como parcialmente bem sucedido, pois pretendia, essencialmente, testar o lançamento de um míssil de longo alcance a partir de uma plataforma naval (e não tanto aquele míssil em objectivo terminal). Decorriam então os estágios avançados de desenvolvimento do míssil "Netptune" ("Viking") por parte da Marinha dos Estados Unidos (tendo por base o conhecimento recolhido da plataforma V2) - naquele que, voando pela primeira vez a 3 de Maio de 1949, viria a ser primeiro míssil balístico super-sónico de construção americana.
A V2, "Vergeltungswaffe 2", desenhada pelo centro de investigação e desenvolvimento do Exército Alemão de Peenemünde ("Heeresversuchsanstalt Peenemünde", HVP), foi o primeiro míssil balístico guiado de longo-alcance criado - sob a direcção técncia de Wernher von Braun e a direcção militar do Major General Walter Dornberger. Foi lançada em combate pela primeira vez a 3 de Outubro de 1942 e, com mais de 3 000 unidades contruídas, seria lançada em combate pela última vez a 6 de Setembro de 1944. Com uma massa total de 12,5 toneladas, com um comprimento de 14 metros e um diâmetro de 1,65 metros, transportava uma ogiva de 1 tonelada (composta por 910 kg de alto-explosivo Amatol). Guiada por inércia, com detonação por impacto tinha um alcance operacional máximo de 320 km, com uma velocidade máxima de 5 760 km/h (2 880 km/h na secção terminal da trajectória), com uma altitude máxima de voo de 88 000 metros.
A plataforma V2 foi a base a partir da qual foram desenvolvidos os primeiros mísseis da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), os R-1 (lançado em 1948), bem como nas gerações seguintes, o R-2 e R-5 e, em 1957, o R-7 que colocaria em órbita o satélite "Sputnik" (sendo, ao mesmo tempo, o primeiro míssil balístico intercontinental).
Wernher von Braun viria a ser responsável pela recepção, re-acondionamento e teste operacional nos EUA de várias unidades da plataforma V2 capturadas no final da 2.ª Guerra Mundial, e, já como Director da Divisão de Desenvolvimento Operacional da Agência de Mísseis Balísticos do Exército dos Estados Unidos, responsável pelo "RedStone", o primeiro míssil balístico nuclear a ser lançado e detonado pelos EUA. E, em 1958, pelo "Jupiter-C", uma evolução do "RedStone", que colocaria em órbita o "Explorer 1", a 31 de Janeiro de 1958, a resposta norte-americana ao "Sputnik", e o início efectivo do seu programa espacial.




Vídeo por Marinha dos Estados Unidos via Arquivos do Museu do Ar e do Espaço de San Diego [ref. MN 6662]


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