Autoridades policiais e de fronteira da Finlândia em abordagem a navio suspeito de corte de cabo sumarino de transporte de energia

Mar Báltico, Golfo da Finlândia 

26 de Dezembro de 2024

Operacionais da 5.ª Unidade Especial de Intervenção dos Guardas de Fronteira ("Rajavartiolaitos", RAJA) da Finlândia descem a partir de um helicóptero AS 332L1e "Super Puma" (OH-HVP, S/N 2950) em acção de visita, abordagem, busca e captura de meios navais ("Visit, Board, Search, and Seizure", VBSS) sobre o navio "Eagle S" (IMO: 9329760), no Golfo da Finlândia, pelas 00:28 (locais) na noite de 25 para 26 de Dezembro de 2024. Parte do percurso do petroleiro, e a acção de VBSS, foram acompanhados pelo Navio Patrulha Oceânico "Turva", ao serviço dos Guardas de Fronteira da Finlândia desde 2014.

Com pavilhão das Ilhas Cook, detido pela Caravella LLC FZ, uma companhia com sede no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e gerido pela Peninsular Maritime, de Mumbai na Índia, o "Eagle S" é considerado suspeito de, por arrasto de âncora, ter provocado o corte do cabo submarino "Estlink 2" de transporte de energia da Fingrid (com um total de 170 km, 145 dos quais submarinos, e com capacidade de 650 megawatts) entre a Estónia (sub-estação de Püssi) e a Finlândia (sub-estação de Antilla) ao início da tarde, 12:26 (locais), de 25 de Dezembro de 2024.

Este petroleiro, comandado pelo georgiano Davit Vadatchkoria e com uma tripulação de 26 elementos, largou a 25 de Dezembro de 2024 do porto de Ust-Luga ("Усть-Луга"), Leningrado, na Federação Russa, a 75 milhas náuticas a Oeste de de São Petersburgo, no Mar Báltico, indicando como destino Port Said, no Egipto. Percorreu cerca de 90 milhas náuticas, pelo Golfo da Finlândia, rumo a Oeste, navegando sobre o cabo submarino "Estlink 2", com redução de velocidade e alterações de rumo, e seguindo até ao largo de Helsinquia, mais a Oeste, onde viria a ser detido pelas autoridades finlandesas.

Em resultado da acção de VBSS o "Eagle S" foi apresado pelas autoridades finlandesas e conduzido para águas territoriais, a 8 milhas náuticas do litoral e a 17 milhas náuticas do Porto de Helsínquia, decorrendo investigação criminal, com acções de perícia forense a bordo, a cargo das autoridades de polícia criminal e judiciárias da Finlândia. Foi declarado um perímetro de interdição em torno do navio apresado e deduzida uma suspeita formal de acto de vandalismo. As acções de investigação são lideradas por Robin Lardot, director da Polícia Criminal Central ("Keskusrikospoliisi") e por Ilkka Koskimäk, Comissário Nacional ("Poliisiylijohtaja") da Polícia ("Poliisi") da Finlândia

O "Eagle S" é um petroleiro de 74 035 toneladas, de tipologia Panamax F1, construído em 2006, com 229 metros de comprimento e 32,26 metros de boca. Ao momento da sua detenção transportava 35 000 toneladas de gasolina sem chumbo. É qualificado pela Lloyd's List, a par de outros navios geridos pela Peninsular Maritime, como fazendo parte da "dark fleet", dedicada a acções de transporte de derivados de petróleo em violação de sanções aplicadas sobre a Federação Russa.

Fotos via Polícia ("Poliisi") da Finlândia