Plataforma "Iron Dome" inerte e provavelmente de engodo atacada nos Montes Golã

Montes Golã, Israel
5 de Junho de 2024

A 5 de Junho de 2024 a Resistência Islâmica no Líbano ("المقاومة الإسلامية في لبنان") , o braço armado do "Hezbollah" ("حزب الله", lit. "Partido de Alá"), atacou com míssil guiado anti-carro "Almas" (de fabrico iraniano) uma plataforma israelita, em Ramot Naftali, no Nordeste de Israel, na região dos Montes Golã, geo-localização 33.09569252530531, 35.55057304679897 , https://maps.app.goo.gl/CNphorc7ponJXvbG7 , a 3,6 km da fronteira, a Noroeste, com o Líbano. No dia seguinte tornava-se pública uma imagem dos danos causados a tal plataforma.

Na infografia aqui apresentada temos, à esquerda, com cercadura vermelha, em cima, uma foto do vídeo que documenta a fase terminal do ataque, assinalada como Alfa; e, abaixo, foto pós-impacto sobre a plataforma, assinalada como Bravo. Do lado direito, com cercadura azul, temos, em cima, foto de referência de uma plataforma combatente, assinalada como Delta; e, em baixo, foto de de uma plataforma de treino (com mísseis inertes), assinalada como Charlie.

Da análise da foto após impacto (Bravo) denota-se, com ausência de explosões secundárias, danos localizados essencialmente junto ao ponto de impacto e, mais ainda, a presença de barras laterais azuis (assinaladas com "3"), na secção inferior e intermédia, que denotam carga de mísseis inertes (sem carga explosiva e sem componentes de navegação) usados apenas para instrução de lançamento elementar ou demonstrativo - tal como evidenciado na foto de referência (Charlie).

Da análise desta mesma foto e da respeitante ao momento anterior ao impacto do míssil (Alfa) denota-se a ausência dos dois grupos de elevadores hidráulicos: o inferior (assinalado com "1"), substituido por um peça tubular fixa; e o intermédio (assinalado com "2"), simplesmente inexistente. Mesmo em contexto de instrução, como denotado na foto Charlie, os elevadores hidráulicos estão presentes.

Tratam-se, desta forma, de componentes de uma plataforma de formação ou demonstração, inerte e, muito provavelmente, usada apenas como engodo nesta posição a menos de 4 km da fronteira com o Líbano.

O ataque foi conduzido com recurso a um míssil anti-carro "Almas" ("الماس", expressão persa para "Diamante"), desenvolvido pelo Irão, com orientação por imagem vídeo. É baseado na plataforma israelita "Spike", por engenharia reversa a partir de unidades capturadas na Segunda Guerra do Líbano, de 12 de Julho a 14 de Agosto de 2006. Este míssil apresenta 3 gerações (Almas 1, 2 e 3) com alcances, crescentes, de 4, 8 e 16 km, armados com ogivas "tandem" de alto-explosivo ou termobáricas.

A plataforma "Iron Dome", destinado à intercepção, de curto-alcance (4 a 70 km) de projecteis de artilharia (morteiros, obuses) e foguetes, está armada com interceptores "Tamir" que voam a Mach 2.2, com detonação por proximidade, guiados por sensor electro-óptico com cálculo prévio (preditivo) de trajectória determinado pelo sistema central de radar da plataforma e respectivo algoritmo de gestão de ameaças; uma bateria é composta por 3 a 4 plataformas de lançamento cada uma com 20 interceptores; foi usado pela primeira vez em contexto de combate a 7 de Abril de 2011, interceptando um foguete "Grad", de 122mm, disparado da faixa de Gaza sobre Ashkelon e, pela segunda vez, a 8 de Abril de 2011, interceptando mais 4 foguetes.

Composição, edição e infografia por "Espada & Escudo"

Vídeo do ataque via Resistência Islâmica no Líbano ("المقاومة الإسلامية في لبنان") , o braço armado do "Hezbollah" ("حزب الله", lit. "Partido de Alá") à posição em Ramot Naftali, no Nordeste de Israel, na região dos Montes Golã, a 5 Junho de 2024