Governo Português adquire dois sistemas MAFFS II de luta contra incêndios para equipar C-130H da Força Aérea Portuguesa
Lisboa, Portugal
7 de Agosto de 2025
O Conselho de Ministros do XXV Governo da República Portuguesa, reunido a 7 de Agosto de 2025, na Residência Oficial do Primeiro-Ministro, no Palacete de S. Bento, em Lisboa, aprovou resolução que autoriza a Força Aérea Portuguesa (FAP) a assumir o encargo plurianual e a realizar despesa de 16 milhões de euros com a aquisição de dois sistemas modulares de combate a incêndios, MAFFS II ("Modular Airborne Fire Fighting System II"), para aeronaves C-130H, respectiva formação, equipamentos de apoio e outras despesas associadas.
Trata-se de um sistema concebido e produzido nos Estados Unidos da América, actualmente disponível para equipar as aeronaves Airbus C-295, Embraer KC-390, Leonardo C-27J e Lockheed Martin C-130 (variantes J, J30, H, H30). A versão mais recente, desenhada em colaboração com o Serviço de Florestas dos Estados Unidos, a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e a Lockheed Martin, tem uma capacidade de 11 350 litros (3 000 galões), numa arquitectura diversa da primeira geração em que aqui a aeronave opera em pressurização e não com com projecção pela rampa aberta (melhorando toda a performance e segurança aerodinâmica), mas sim através de projector colocado na porta lateral esquerda, modificada (fechada), a mesma usada para a largada de paraquedistas.
Não requer qualquer alteração estrutural da aeronave, com um tempo de instalação (e retirada) reduzido e sem disromper os sistemas electrónicos em uso. O MAFFS II, disponível desde 2007, tem uma janela de produção e entrega de cerca de 1 ano prevendo-se, conforme declaração do Ministro da Defesa, Nuno Melo, a entrada em operação em 2026 dos dois sistemas adquiridos.
A partir de 1983 a FAP operou nos seus C-130H com a primeira geração deste sistema (MAFFS I), permitindo a realização de missões de combate directo (largada de água) e indirecto (largada de calda retardante) a incêndios. Na década de 1990, em resultado da reorganização de meios de combate a incêndios, realizada pelo Ministério da Administração Interna, o uso do sistema MAFFS decresceu, sendo, a partir de 1996, praticamente nulo. Em 2009 é tomada a decisão de alienação dos equipamentos e, em Maio de 2013, a mesma foi concluída.
O C-130H "Hercules" é uma aeronave quadrimotor, equipada com 4 motores ALLISON T-56-A-15 de 4 910 hp cada, que lhe permitem alcançar uma velocidade máxima de 589 km/h com um alcance operacional de 6 480 km. Com 29,79 metros de comprimento (34,36 metros na variante "alongada" C-130H30) e uma envergadura de asa de 40,41 metros, pode descolar com um peso máximo de 70 toneladas (com um "payload" de 19 toneladas). Tripulado por 6 elementos, pode transportar 128 passageiros ou 92 paraquedistas equipados.
A frota da FAP está afecta à Esquadra 501 - "Bisontes" que opera a partir Base Aérea N.º 6 (BA6), no Montijo, sendo composta por quatro aeronaves, dois C-130H (16803 e 16805) e dois C-130H30 alongados (16801 e 16806). Incide sobre elas um programa de modernização a cargo da OGMA - – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A. e da FAP, co-financiado por fundos europeus, com a primeira unidade modernizada a ter sido entregue a 2 de Maio de 2024. A modernização compreende, entre outros, novos aviónicos com o sistema Flight 2.
Foto de referência com um sistema MAFFS II, do Serviço de Florestas dos Estados Unidos, a ser colocado num C-130H da Guarda Nacional dos Estados Unidos, a 10 de Janeiro de 2025, foto por Zachary Herold (USAF); Foto de referência com teste em terra de projecção, em Dezembro de 2017, na Califórnia, EUA, por J.M. Eddins Jr. (USAF); Foto de referência com um sistema MAFFS II em uso nos EUA por um C-130, em plano aproximado, a 27 de Abril de 2022, por Robert J. Trubia (USAF) e a 6 de Maio de 2019, junto a elevações, por Jon Alderman (USAF).
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