Militar de Madagáscar com espingarda de precisão SVD "Dragunov" durante protestos populares contra o governo de Andry Rajoelina
Em perímetro de segurança junto a manifestações populares contra o governo de Madagascar, um militar do 2.º Batalhão de Infantaria Anfíbia de Marinha ("2ᵉ Bataillon d’Infanterie de Marine Amphibie", 2ᵉ BIMa) da Força de Fuzileiros e Comandos da Marinha de Madagáscar ("Fusiliers Marins & Commandos", FUMACO), armado com espingarda de precisão SVD "Dragunov", em calibre 7,62×54mmR, normalmente equipada com óptica mas aqui sem a mesma e apenas com miras fixas, com guarda-mão em madeira, na cidade de Antsiranana (Diego-Suarez até 1975) no extremo Norte de Madagáscar.
A presença e intervenção de forças de defesa e segurança nas ruas de Madagáscar iniciou-se no contexto de protestos e motins civis desencadeados a 25 de Setembro de 2025, que se alastraram para além da capital, Antananarivo, atingindo igualmente as cidades de Toamasina, Antsirabe, Toliara e Antsiranana. A 11 de Outubro de 2025, desencadeou-se um motim de forças militares do CAPSAT ("Corps d’Armée des Personnels et des Services Administratifs et Techniques"), que se colocaram em protecção dos manifestantes, conduzindo a um Golpe de Estado, liderado pelo Coronel Michael Randrianirina e pelo General Demosthene Pikulas, e à deposição do presidente Andry Rajoelina a 13 de Outubro de 2025.
Andry Rajoelina, eleito democraticamente em 2018 e reeleito em 2023 para um segundo mandato de cinco anos, foi afastado após semanas de protestos, políticos e populares, contra a crise económica, o aumento dos preços dos combustíveis e alegações de corrupção no seio do governo. O poder foi subsequentemente assumido por um Conselho Militar de Transição, que suspendeu a Constituição, dissolveu o Parlamento e impôs o recolher obrigatório em várias regiões do país. Andry Rajoelina, eleito democraticamente em 2018 e declarado reeleito em 2023 para um segundo mandato de cinco anos, exerceu anteriormente funções como presidente transitório entre 2009 e 2014, após um golpe de Estado que depôs Marc Ravalomanana.
O novo regime, liderado interinamente pelo Coronel Michael Randrianirina, anunciou a criação de um governo provisório, com o compromisso de organizar eleições presidenciais e legislativas no prazo de doze meses, sob supervisão internacional e com a participação de observadores da União Africana e das Nações Unidas. Entretanto, registaram-se confrontos esporádicos entre unidades militares leais ao governo deposto e forças sob controlo do Conselho Militar.
A SVD, acrónimo de "Snayperskaya Vintovka Dragunova" ("снайперская винтовка Драгунова", СВД), literalmente "Espingarda de Sniper Dragunov", foi desenhada de 1958 a 1963 por Yevgeny Dragunov, tendo iniciado a sua produção na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1963. Em calibre 7.62×54mmR, de acção semi-automática, com uma massa em redor dos 4.5 kg, com carregador de 10 munições, projecta as suas munições a uma velocidade inicial a cerca de 810 m/s, com um alcance efectivo de 800 metros. Foram produzidas versões actualizadas, nas décadas de 1990 (SVDS) e de 2010 (SVDM).
Fotos via FITA/AFP seleccionadas e editadas por "Espada & Escudo"
Detalhe do emblema do 2e BIMa - FUMACO | 2.º Batalhão de Infantaria Anfíbia de Marinha ("2ᵉ Bataillon d’Infanterie de Marine Amphibie", 2ᵉ BIMa) da Força de Fuzileiros e Comandos da Marinha de Madagáscar ("Fusiliers Marins & Commandos", FUMACO)
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