"SEM RECUO" SOBRE A SEGUNDA CIRCULAR

Lisboa, Portugal
25 de Novembro de 1975

Um canhão sem recuo M40A1, de 105mm, do Exército Português, no viaduto sobre a Segunda Circular, entre o Aeroporto e o RALIS ("Regimento de Artilharia de Lisboa"), actual Regimento de Transportes (RTransp), geo-referenciação 38.78288257335919, -9.12238735841423, em Lisboa, Portugal, a 25 de Novembro de 1975. Mais à direita na foto está uma espingarda automática Heckler & Koch G3 A3, em calibre 7,62×51mm NATO.

O M40A1, de fabrico norte-americano, pelo Watervliet Arsenal, tem uma massa total de 209 kg, um comprimento de 3,4 metros, instalado sobre tripé, dispara munições de calibre 105×607mmR, quer de tipologia anti-carro (HEAT) quer anti-pessoal (APERS). Ainda que comummente referenciado como sendo uma peça de 106 mm, é na verdade de 105 mm, sendo a notação de 106 mm usada como forma de distinguir a munição (incompatível), de 105 mm, usada pelo modelo M27.

Na sequência do Golpe de Estado de 25 de Abril 1974, conduzido pelo "Movimento das Forças Armadas" (MFA), e que levaria à deposição do Estado Novo, Portugal viveu um período conturbado, designado por "Processo Revolucionário em Curso" (PREC).

Este processo culminaria, a 25 de Novembro de 1975, com a tomada de posições extremistas por parte de alguns sectores das Forças Armadas - com a ocupação por militares paraquedistas da Base Escola, da Base Aérea de Tancos, da Base Aérea de Monte Real, da Base Aérea do Montijo, e do Estado-Maior da Força Aérea; por sua vez, o RALIS coloca em campo armamento e barreiras de controlo de acessos ao eixo do Aeroporto e à Autoestrada do Norte, que a foto ilustra. Seguem-se ocupações dos estúdios da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e do comando da 1.ª Região Aérea, em Monsanto.

Este movimento seria contrariado, nesse mesmo dia, por uma acção liderada pelo dito "Grupo dos Nove", com o apoio, entre outras, das forças do Regimento de Comandos, e que conduziria, assim, Portugal à via Constitucional.

Foto via Arquivo do "Diário de Notícias"