S-2T Tracker da Armada Argentina regressa ao serviço


Bahía Blanca, Argentina 
11 de Julho de 2025

Aeronave de patrulha marítima, luta anti-submarina e busca e salvamento Grumman S-2T Tracker (2-AS-23, ex-153565, C/n 321C), da "Escuadrilla Aeronaval Antisubmarina" (EA2S) da Armada Argentina, a 11 de Julho de 2025, em Bahía Blanca, georreferenciação -38.72796670724673, -62.157037086567726, na Argentina. Os pontos de fixação, 3 sob cada uma das asas, estão assinalados a vermelho para equipamentos de salvamento (balsas, "kits" de salvamento) e a cinzento para sistemas de armas (foguetes, bombas, torpedos, minas, cargas de profundidade).
Uma plataforma originalmente ao serviço da Marinha dos Estados Unidos desde 1954, os S-2 Tracker entraram ao serviço das Forças da Argentina em 1962, com sete unidades da versão S-2A, servindo a partir dos porta-viões Independencia e Veinticinco de Mayo da Armada Argentina. Na década de 1970, a Argentina recebia seis unidades S-2E, que viriam a conhecer operação em contexto de teatro de operações de combate, na década de 1980, durante a Guerra das Falklands (onde se inclui o 2-AS-23 agora referenciado). Com a retirada de serviço em 1988 do Veinticinco de Mayo, os S-2 argentinos deixaram de operar a partir de porta-aviões nacionais, apenas com uso em tal contexto durante exercícios com a Marinha dos EUA (o operador original dos mesmos).
Na década de 1990, tendo recebido 3 unidades S-2G, inicia-se um programa de modernização, para a versão S-2 T (T de turbo-hélice), com "upgrade" dos motores para Allied Signal 331-15, de 1 645 hp, e hélices de 5 pás. A modernização, usando um "kit" da norte-americanna Marsh Aviation, foi realizada sobre os S-2E pela Israel Aircraft Industries (IAI), e a primeira de seis unidades seria entregue à Argentina em 1993.
Mantendo diversas acções a partir de porta-aviões, em exercícios com o norte-americano USS Ronald Reagan e o brasileiro Minas Gerais, os S-2T receberiam posteriormente modernização adicional com novo computador de navegação, novo sistemas de processamento de sinais das sonoboias e do detector de anomalias magnéticas (MAD), com sensor visível sob a asa direita, bem como a troca do radar AN/APS-88A por um Bendix RDR-1500.
Operando a partir da Base Aeronaval Comandante Espora, em Bahía Blanca, no estuário homónimo, formado pelas desembocaduras dos rios Sauce Chico, Napostá Grande e de pequenos cursos locais, na província de Buenos Aires (a cerca de 560 km a Sudoeste da capital), o último voo de um S-2 argentino teve lugar em Agosto de 2023. Foi então prevista uma manutenção e reparação alargada com reposição em serviço em 2024, que se viu atrasada, mas agora, em Julho de 2025, terminada. Tendo chegado a operar um total de 16 aeronaves S-2, a Argentina é hoje o último operador militar activo da mesma. A Argentina tem no seu inventário 5 unidades (2-AS-21 a 25) afectas à EA2S, e 3 unidades (2-G-52, 2-G-53 e 2-AS-29) afectas a espaços museológicos, estando em operação militar apenas o agora referenciado.
Existem 23 unidades de S-2T afectas a operação no Estado da Califórnia, EUA, ao serviço da CAL FIRE ("California Department of Forestry and Fire Protection"), convertidas até 2005 pela Marsh Aviation para o combate a incêndios rurais, equipadas com depósitos para calda retardante de 1 200 gaões (4 542 litros). Estão distribuídas por 13 bases ao longo do Estado da Califórnia.
O Grumman S‑2T Tracker é um avião bimotor turbo-hélice, concebido para operar a partir de porta-aviões e pistas costeiras, em missões de patrulha marítima e luta antisubmarina, bem como em apoio ao contexto de busca e salvamento (SAR). Tem 13,26 m de comprimento, 21,04 m de envergadura de asa e 5,12 m de altura. O peso vazio é de aproximadamente 9 252 kg e o peso máximo à descolagem atinge 12 705 kg. A velocidade máxima é de cerca de 450 km/h, com um alcance de "ferry" de até 2 500 km e uma autonomia em missão típica de patrulha de 6 a 9 horas. A altitude máxima operacional situa-se em torno de 7 620 m.

Cada asa possui três pontos de fixação, com uma capacidade total de carga, no conjunto de seis, de 1 360 kg, a quer acresce, 545 kg nas baias internas (um agregado na ordem das 2 toneladas). O S-2T lança as sonobóias através de 2x16 tubos numa secção de armazenamento horizontal à retaguarda das nacelas dos seus dois motores. A tripulação típica inclui piloto, co-piloto, operador de sensores e operador táctico.
Em Setembro de 2024, chegou à Argentina a primeira de quatro aeronaves P-3 Orion (ex-163299, actual 6-P-57) entretanto adquiridas em segunda-mão à Noruega, para o desempenho da mesma tipologia de missões.






Fotos por Sebastián Solis (Sebas Solis Fotografia)








Emblemas - "Turbo Tracker" e EA2S





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