Investigação Criminal e Acção Táctica do Grupo de Intervenção de Operações Especiais da GNR em operação contra narcotráfico

Samora Correia, Benavente, Santarém, Portugal 

7 a 11 de Julho de 2025

Após uma investigação criminal de 38 meses, conduzida pela Secção de Investigação Criminal (SIC-UI) do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) da Guarda Nacional Republicada (GNR), em colaboração com a Guardia Civil de Espanha, culminando com acções de busca e detenção conduzidas de 7 a 11 de Julho de 2025, teve lugar uma acção táctica conduzida por esta sub-unidade de operações especiais, sobre instalações em propriedade rústica a menos de 4 km do centro de Porto Alto (Samora Correia, Benavente, Santarém), georreferenciação 38.8827328153108, -8.881552108140234, junto à Nacional 118, resultando na apreensão de 18 lanchas rápidas, 40 motores fora de bordo (Yamaha 300hp V6 4.2L), 780 mil euros em numerário, 7 toneladas de haxixe, 650 kg de cocaína, 11 armas de fogo e 24 viaturas, tendo sido detidas 32 pessoas (num total de 49 da demais operação, em Portugal e Espanha).

A propriedade visada, uma herdade na freguesia de Samora Correia (Benavente, Santarém), com cerca de 2 quilómetros quadrados, com um núcleo edificado com várias estruturas a cerca de 1 200 metros da entrada, conta com um armazém de 1 000 metros quadrados, georreferenciação 38.89008383819509, -8.89293646922019, possuindo acesso por estrada interna, a partir deste núcleo edificado, até, percorridos 1 500 metros, à margem do Rio Sorraia e deste até à entrada no Estuário do Tejo junto à Ponta D'Erva e ao Mar da Palha. A propriedade dista cerca de 1 600 metros da Subestação da REN de Porto Alto e 12 km do Campo de Tiro de Alcochete. Estava alugada aos suspeitos da organização de narcotráfico tendo o seu proprietário sido também detido.

Na foto, com o material apreendido em exposição (transportado já pela GNR para um local fora da herdade), temos um dos operacionais de acção táctica do GIOE armado com uma espingarda automática Heckler & Koch HK 416, calibre 5.56×45mm NATO, equipada com mira óptica Aimpoint Micro ("red dot") e com apontador iluminador laser Steiner DBAL-D2 ("Dual Beam Aiming Laser Intelligent", DBAL), lanterna táctica e supressor de som.

A investigação criminal sobre esta estrutura ligada ao tráfico de estupefacientes e à construção de lanchas rápidas usadas para o seu transporte, foi conduzida em Portugal pelo Secção de Investigação Criminal (SIC-UI) do GIOE da GNR, sob a égide do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público de Santarém. Desde 2014 que esta estrutura de investigação criminal da GNR foi formalizada através do Despacho n.º 18/14 (MAI-GNR CG), conferindo ao GIOE uma organização que combina investigação, análise de dados e capacidade táctica.

O Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) é uma sub-unidade da GNR, parte da respectiva Unidade de Intervenção (UI), aquartelada na Pontinha, em Lisboa. Foi criado em 2008, com origens históricas a remontar ao Pelotão de Operações Especiais, formado em 1983 e, antes, em 1978, ao Grupo Especial de Intervenção - resultado das necessidades identificadas face ao atentado dos Jogos Olímpicos de Munique (a 5 de Setembro de 1972) e, nacionalmente, no motim do Estabelecimento Prisional de Custóias (a 19 de Setembro de 1977).

Foto por Miguel A. Lopes | LUSA. Anotações por "Espada & Escudo" sobre cartografia e ortofotomapa Google Maps (a laranja a N118 entre Porto Alto (à direita) e Alcochete; a amarelo o perímetro estimado da herdade; a azul a estrada no interior da herdade; a vermelho o núcleo edificado da herdade; a branco o Rio Sorraia ligando ao estuário do Rio Tejo no Mar da Palha.

Vídeo documentando o material apreendido pela GNR (Miguel A. Lopes | LUSA)

Referência via visualizador de Cadastro Predial do Sistema Nacional de Informação Cadastral (SNIC) da Direcção-Geral do Território (DGT)