Aeronave "Canberra" de reconhecimento ao serviço da "Royal Air Force" no Sudeste do Iraque


Bassorá, Iraque
Setembro de 2003

Aeronave English Electric Canberra, da 1.ª Unidade de Reconhecimento Fotográfico (1 PRU) da 39.ª Esquadra da Força Aérea Britânica ("Royal Air Force", RAF), na variante PR.9 de foto-reconhecimento, numa passagem a muito baixa altitude em Setembro de 2003 sobre a pista do aeroporto de Bassorá ("ٱلْبَصْرَة"), ICAO: ORMM, geo-referenciação 30.55389360300413, 47.65866669651954 , https://maps.app.goo.gl/LsNH725DDyTPBuu59 , no Sudeste do Iraque e a sua segunda maior cidade, no decurso da Operação "Telic" (o envolvimento militar do Reino Unido no Iraque de 19 de Março de 2003 a 22 de Maio de 2011).

Em 2003, esta unidade especializada da RAF [39(1PRU) SQN] foi destacada, no contexto da Operação "Telic", para acção sobre o Teatro de Operações do Iraque, operando inicialmente a partir da Base Aérea de Azraq (ICAO:OJMS) na Jordânia (cobrindo, entre outros, pontos de interesse no deserto do Oeste do Iraque, em busca de lançadores de mísseis tácticos balísticos "Scud"). Após a tomada de Bassorá (que dista menos de 50 km da fronteira, a Sul, com o Kuwait), em Abril de 2003, os PR.9 viriam a operar directamente a partir desta cidade, de 4 de Agosto a 16 de Setembro de 2023, produzindo centenas de fotos panorâmicas e ortofotomapas, documentando e referenciado as mais variadas actividades de forças inimigas e movimentos insurgentes. Antes, de Outubro de 2001 a Janeiro de 2002, havia operado a partir do Aeroporto de Seeb (ICAO: OOMS), em Omã, em missões sobre o Teatro de Operações do Afeganistão, no contexto da Operação "Veritas" e da Operação "Oracle".

Sendo, na plataforma base um bombardeiro médio que podia transportar até 3,6 toneladas de bombas (incluindo cargas nucleares tácticas), a variante de reconhecimento era desprovida de armamento estando equipada com um conjunto alargado de equipamento de foto-reconhecimento. Esta aeronave operava, numa janela de até 9 horas, vários sistemas (complementares) de recolha de imagens: compreendendo, entre outras variantes, um sensor electro-óptico RADEOS ("Rapid Deployable Electro-Optical System", o mesmo usado nos U-2R/S); camara Zeiss RMK-A ("Reihenmesskammer", lit. "Camara de Medição Sequencial"); e camara panorâmica Zeiss KA-93 com lente de 24 polegadas (600mm) de ultra grande angular com filme de 5 polegadas.

A variante PR.9 de foto-reconhecimento do Canberra teve o seu primeiro voo a 27 de Julho de 1958 (entrando ao serviço em Janeiro de 1960), sendo propulsionada por 2 motores jacto Rolls Royce Avon, com um alcance operacional de 4 815 km (2 600 milhas náuticas), uma velocidade máxima de 930 km/h, e um tecto de altitude máxima superior na ordem dos 15 000 metros. Com 20 metros de comprimento, 20,5 metros de envergadura de asa e com um peso máximo à descolagem de 26 toneladas, era operado por 2 tripulantes.

Foram construídas 1 352 unidades da plataforma "Canberra", 782 das quais fornecidas à RAF - e destas, 23 unidades correspondentes ao PR.9 de reconhecimento, que teria a sua última missão a 1 de Setembro de 2005.

Foto via Jarosław Brecht






Emblema informal da 1.ª Unidade de Reconhecimento Fotográfico (1 PRU) da 39.ª Esquadra da Força Aérea Britânica ("Royal Air Force", RAF)



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