GBU-57 MOP: bomba guiada de 13,6 toneladas e 6,2 metros de comprimento para ataque a infra-estruturas críticas subterrâneas


Missouri, EUA 
2 de Maio de 2023

Uma GBU-57 "Massive Ordnance Penetrator" (MOP), na Base Aérea de Whiteman, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), no Estado do Missouri, EUA, a 2 de Maio de 2023. A bomba aqui referenciada, com a marcação anelar dianteira de cor amarela, porta carga explosiva (não se trata de um inerte ou afim de instrução ou demonstração). Trata-se da base onde está sediada a força de bombardeiros estratégicos B‑2 "Spirit" da USAF, afectos à sua "509th Bomb Wing".
Trata-se de uma bomba, guiada, de 13,6 toneladas (30 000 libras), com um comprimento de 6,2 metros e um diâmetro de 0,8 metros, com uma carga de 2,4 toneladas de alto-explosivo (10% de AFX-757, como "booster"; e 90% de PBXN-114 como carga principal), desenhada para penetração de infra-estruturas subterrâneas, conseguindo penetrar 60 metros (200 pés) de composto misto de solo e rocha ou cerca de 18 metros (60 pés) de betão de alta densidade (5000 PSI). O bombardeiro estratégico B-2 "Spirit" é o único certificado para a sua projecção, conseguindo transportar até 2 unidades nas suas baias (requerendo uma redução de cerca de 12% da quantidade de combustível e autonomia).
Os primeiros estudos para a sua concepção iniciaram-se em 2004, com o desenvolvimento técnico a ter decorrido de 2004 a 2007 a cargo da Boeing e do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) dos Estados Unidos, . O primeiro teste de lançamento e impacto, no Novo México (EUA), no "White Sands Missile Range", usando um B-52, teve lugar a 18 de Junho de 2009. O versão A/B entraria ao serviço da Força Aérea dos Estados Unidos em 2011 e receberia, em 2013, uma versão melhorada, B/B (com incidência nas componentes de navegação, penetração e espoleta), a que se seguiriam outras até à D/B e E/B, em meados e finais da década de 2010, com melhoramentos de espoleta e efeito terminal.
Guiada por sistema de navegação por inércia e por satélite, e com suporte de aletas de estabilização, a MOP utiliza toda a sua energia cinética, aliada a uma estrutura reforçada de elevada densidade com cerca de 7,75 centimetros de espessura, para penetrar sucessivamente camadas de solo, rocha ou betão, avançando em direcção ao objectivo subterrâneo. A sua espoleta apenas se activa após cessar a penetração (ou ao detectar uma cavidade) assegurando que a detonação ocorra no interior da infra-estrutura a atingir — maximizando o efeito destrutivo sobre a mesma.
Com a mesma tipologia, temos a GBU-28/B, alcunhada de "Deep Throat", com cerca de 2,3 toneladas, introduzida em 1991 e capaz de perfurar até 6 metros de betão; e a BLU-109/B, com 900 kg, em uso desde 1985, que pode penetrar cerca de 2 a 3 metros de betão. Ambas podendo ser lançadas por várias aeronaves, como os F-15E, F-16, F/A-18, Tornado IDS e B-52H.


Foto na Base Aérea de Whiteman, 2 de Maio de 2023 via USAF





Fotos de preparação de testes de campo, a 15 Março de 2007, Novo México (EUA), no "White Sands Missile Range", Estado do Novo México, via Defense Threat Reduction Agency | Departamento de Defesa (DoD) dos Estados Unidos





Foto de teste de lançamento e penetração, 2012, Novo México (EUA), no "White Sands Missile Range", Estado do Novo México, via DOT&E ("The Office of the Director, Operational Test and Evaluation"), DoD





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