Exército Australiano com sistema de defesa anti-aérea NASAMS com mísseis Sidewinder


Woomera, Austrália 
28 de Maio de 2025

Plataforma de defesa anti-aérea NASAMS, sobre viatura Thales Hawkei 4×4 PMV-L, do 16.º Regimento ("Royal Australian Artillery") do Exército Australiano, dispara um dos seus mísseis AIM-9X "Sidewinder", de curto-alcance, guiados por infra-vermelho, no Complexo de Tiro de Woomera, no Sul da Austrália, a 28 de Maio de 2025. As marcações anelares azul (dianteira) e castanha (intermédia) no "Sidewinder", denotam que se trata, respectivamente, de um míssil com ogiva inerte e com a presença de motor com carga propelente. No caso de ogiva explosiva a marcação dianteira seria de cor amarela.
Cada Hawkei-NASAM, com uma massa de 10.9 toneladas e um comprimento de 6 metros, conta com uma plataforma de lançamento que pode ser armada com até 6 mísseis (AIM-9X ou AMRAAM), podendo endereçar até 6 alvos em simultâneo, comunicando, via rádio, com a unidade de comando e controlo. Além da integração com unidades de radar CEATAC e CEAOPS, esta plataforma integra com sensores de infra-vermelho parte dos electro-ópticos MTS-A, em mastro, da plataforma móvel Hawkei-EOIR,
Resultado, em finais da década de 1990, de um desenvolvimento conjunto da norueguesa Kongsberg Defence & Aerospace (KDA) e das norte-americanas Hughes Missile Systems e Hughes Aircraft Ground Systems Group, a plataforma NASAMS ("National Advanced Surface-to-Air Missile System / "Norwegian Advanced Surface-to-Air Missile System") permite a utilização de mísseis desenhados originalmente para o contexto ar-ar, a serem lançados a partir de plataformas terrestres, fixas e móveis. As primeiras duas versões, NASAMS (de 1997) e NASAMS 2 (de 2006), suportam o míssil de médio alcance, guiado por radar, AIM-120 AMRAAM (50 km) e a plataforma NASAMS 3 (de 2019) incorpora também suporte para o míssil de curto alcance, guiado por infra-vermelho, AIM-9 "Sidewinder", e para o AMRAAM-ER ("Extended Range"), de médio alcance, guiado por radar (75 km).
A Austrália encomendou à Kongsberg Defence - Raytheon Australia, em 2017, 2 baterias de NASAM 3, com três "Fire Units" cada (compostas, cada uma, por três lançadores e por uma unidade de comando e controlo). O agregado de 18 lançadores e 6 unidades de comando e controlo, foram entregues ao longo 2022, tendo sido alcançada capacidade operacional inicial em finais de 2023 e com a capacidade operacional total projectada para 2026 - de que faz parte, enquadrado no respectivo programa de certificação, o lançamento aqui referenciado.
A Austrália integrou o NASAMS com radares tácticos (CEATAC), de curto a médio alcance, montados em viaturas Hawkei 4×4; e com radares operacionais (CEAOPS), de longo alcance, montados em viaturas HX77 8×8. Ambos são desenvolvidos e produzidos pela CEA Technologies, com base na variante naval CEAFAR2, já em serviço na Marinha Australiana.
O Complexo de Tiro de Woomera ("Woomera Range Complex", WRC) foi criado em 1947 no Sul da Austrália, georreferenciação -31.172986423460827, 136.8160166053019 , ref. https://maps.app.goo.gl/Fu2YK7AhAozjryEc9 , sendo operado pela Força Aérea Australiana (RAAF). Cobre uma vasta área desértica usada para testes de diferentes sistemas de armas, projectados por aviação, artilharia, plataformas fixas e móveis de mísseis, etc. Contando com uma base aérea (ICAO YPWR), com duas pistas (18/36 de 2 372 metros em asfalto e 12/30 de 1 614 metros em gravilha) cobre uma área de cerca de 122 000 km² (cerca de 1,3 vezes maior que Portugal), sendo uma das maiores zonas de testes militares do mundo. A expressão "Woomera" corresponde, na língua aborígene, a "o dispositivo mais eficiente de sempre para atirar uma lança".
Foi palco de um total de doze detonações nucleares britânicas (superfície e atmosféricas) realizadas entre Outubro de 1953 e Outubro de 1957, nas zonas de Emu Field (dois testes) e Maralinga (dez testes). Acolheu igualmente actividades de ensaio aeroespacial, servindo como base de lançamento para foguetes experimentais no âmbito do programa espacial anglo-australiano e europeu, nomeadamente sob a égide da British Aircraft Corporation e da European Launcher Development Organisation (ELDO), até ao início da década de 1970. A actividade espacial prosseguiu nas décadas seguintes com lançamentos suborbitais, ensaios de veículos hipersónicos e missões científicas internacionais, incluindo a recuperação de cápsulas espaciais da agência japonesa JAXA em 2010 e 2020.





Fotos por Cabo Jacob Joseph | Forças Armadas Australianas


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