Israel lança Operação "Rising Lion" contra a República Islâmica do Irão
Israel
13 de Junho de 2025
Parte dos meios aéreos projectados na madrugada de 12 para 13 de Junho de 2025 sob a Operação "Rising Lion", lançada por Israel contra a República Islâmica do Irão, temos seis aeronaves F-16I "Sufa" ("Tempestade"), bi-lugares, da 107.ª Esquadra "Cavaleiros da Cauda Laranja" da Força Aérea de Israel, sediada na base de Hatzerim. Podemos observar, em primeiro plano, bombas guiadas GBU-39 (SDB, "Small Diameter Bombs") instaladas em suporte quádruplo BRU-61/A. Cada uma destas bombas, com 130 kg de massa, tem uma ogiva de 93 kg. Estão aqui referenciadas as aeronaves 803, 823, 852, 874, 881 e 891.
A Operação "Rising Lion" ("Leão Que Se Ergue"), desencadeada na madrugada de 12 para 13 Junho de 2025, pelas Forças Armadas de Israel (IDF) e pelo Mossad ("המוסד"), o Instituto de Informações e Operações Especiais de Israel, visou a destruição de instalações e equipamentos de enriquecimento de urânio e as plataformas nucleares da República Islâmica do Irão (Natanz, Fordow, Isfahan, Khondab, Bushehr), bem como dos meios de defesa anti-aérea e de projecção de mísseis e drones de ataque ao solo. Foram atacadas as Bases Aéreas de Hamadan e Tabriz. Foram ainda visadas figuras chave do comando militar iraniano e do seu programa nuclear - tendo, entre outros, sido mortos o comandante das Forças Armadas do Irão, Mohammad Bagheri; o comandante dos Guardas Revolucionários do Irão, Hossein Salami; o comandante das Forças Aeroespaciais dos Guardas Revolucionários do Irão, Amir Ali Hajizadeh; e os cientistas nucleares Fereydoon Abbasi e Mohammad Mehdi Tehranchi.
Os ataques foram conduzidos com meios aéreos da Força Aérea de Israel, envolvendo as plataformas F-15, F-16 e F-35, num efectivo agregado na ordem de 200 aeronaves (de ataque, escolta, suporte e reabastecimento), que projectaram 330 munições; e com drones e mísseis guiados infiltrados e operados em território do Irão pelo Mossad. O nome da operação diz respeito a uma passagem bíblica, do Livro dos Números (sobre o êxodo do povo de Israel), capítulo 23, versículo 24: "(...) Eis que o povo se levanta como leoa, e se ergue como leão (...)"
Antes, a 7 de Junho 1981, Israel desencadeou a Operação "Opera" que destruiu o reactor "Osirak" na central nuclear de Tuwaitha do Iraque. Estas mesmas instalações nucleares iraquianas haviam sido atacadas no ano anterior, a 30 de Setembro de 1980, pela Força Aérea do Irão, 8 dias depois do início da Guerra Irão-Iraque (ataque este com danos menores e entretanto reparados).
O programa nuclear da República Islâmica do Irão remonta à década de 1950, através da iniciativa norte-americana "Átomos para a Paz", de produção de energia, lançada em 1953 sob a presidência de Dwight D. Eisenhower. Iniciar-se-ia em 1957, com a assinatura de um acordo de cooperação nuclear com os EUA conduzindo, em 1967 ao estabelecimento do Centro de Pesquisa Nuclear de Teerão, que viria a suportar um reactor de 5 MW.
Na sequência da Revolução Islâmica de 1979, o programa foi substancialmente reduzido e vários projectos foram suspensos, incluindo a construção da central nuclear de Bushehr, originalmente contratada, em 1975, à empresa alemã Kraftwerk Union (subsidiária da Siemens). O empreendimento viria a ser retomado na década de 1990, com apoio da Federação Russa, culminando, em 2011, na conclusão e entrada em funcionamento do reactor Bushehr-1, equipado com tecnologia VVER-1000, com capacidade na ordem dos 1 000 MW, e sujeito a acompanhamento da AIEA.
Paralelamente, as instalações de centrifugadoras de enriquecimento de urânio (U-235) em Natanz e Fordow, concebidas inicialmente para níveis de 3 a 5%, para fins energéticos, terão sido posteriormente adaptadas para atingir valores na ordem dos 60%, sem aplicação civil e aproximando-se do limiar técnico que permite, com meios adequados, a transição para urânio altamente enriquecido (acima dos 90%), passível de utilização em armamento nuclear.
À data de 31 de Maio de 2025, a Agência Internacional de Energia Atómica ("International Atomic Energy Agency", IAEA) reportou que o stock de urânio iraniano enriquecido até 60 % ascenderia a 408,6 kg, ou seja cerca de 3 vezes e meia face aos 117,9 kg indicados no relatório de Fevereiro de 2025.
Foto via IDF
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