Missão de reconhecimento fotográfico a baixa altitude de FIAT G.91 "Gina" da FAP sobre posições de defesa antiaérea do PAIGC na Guiné


Província Ultramarina da Guiné, Portugal 
1968

Detalhes do uso operacional das câmaras Vinten F.95 Mk3 (de 70mm) equipando os FIAT G.91 "Gina" da Força Aérea Portuguesa (FAP) em missão de reconhecimento a baixa altitude, da Esquadra 121 - "Tigres", a partir da Base Aérea N.º 12 (BA12), Bissalanca, geo-referenciação 11.907878, -15.649207 , ref. https://maps.app.goo.gl/iNYfMxkxPBex15Me8 , na Província Ultramarina da Guiné, Portugal, em 1968.

Após revelação e produção de provas de contacto, com registo dos resultados em carta topográfica, a análise dos especialistas da FAP às fotos de reconhecimento identifica, provavelmente na antiga tabanca de Cassebeche, uma posição de espaldão circular, com uma metralhadora pesada antiaérea (MPAA), modelo ZPU-4, em calibre 14.5x114 mm, de quatro canos (alcance efectivo de 1,4 km e máximo de 8 km), de fabrico soviético, ao serviço das forças do PAIGC ("Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde"). Esta posição, e outras do mesmo dispositivo anti-aéreo do PAIGC naquela região, seriam alvo, em Março de 1969, da "Operação Vulcano" - uma acção de ataque por meios aéros (três G.91, um Do-27 armado com foguetes e dois Alouette III com canhões de 20 mm) e paraquedistas helitransportados (via Alouette III). Foram neutralizados cinco sistemas anti-aéreos compreendendo uma quadrupla ZPU-4 de 14.5mm e quatro DShK de 12.7 mm.
Os G.91 estavam equipados com três câmaras Vinten F.95 Mk3, instaladas no nariz (uma em posição frontal-oblíqua e duas nas laterais-oblíquas) e permitindo uma cobertura de 180 graus. Desenvolvidas pela britânica Vinten Ltd, operando com película de 70mm, podiam sustentar até 4 fotografias por segundo, com accionamento eléctrico a partir do "cockpit". Equipadas, em configuração padrão, com 152 metros de película, podiam registar entre 500 a 600 fotos.
Os "Gina" da Esquadra 121 - "Tigres" estiveram em acção no Teatro de Operações da Guiné ao longo de oito anos, realizando cerca de 10 000 horas de voo, em missões de reconhecimento fotográfico e visual, bombardeamento, apoio de fogo e escolta de protecção às unidades terrestres. Registaram-se aqui quatro aviões destruídos em combate, para além de vários atingidos pelo fogo inimigo e que conseguiram regressar à Base.
Foi neste contexto que teve lugar o uso dos mísseis de defesa anti-aérea portáteis, guiados por infra-vermelho, 9K32 "Strela-2" (designação NATO, "SA-7"), por parte do PAIGC e que levaria, a 25 de Março de 1973 ao abate de um G.91 (5413) pilotado pelo Tenente Miguel Pessoa - que está historicamente referenciado como o primeiro abate em combate de uma aeronave a jacto por um míssil anti-aéreo portátil.

















Fotos seleccionadas e editadas por "Espada & Escudo" a partir de vídeo FAP via Arquivo da Defesa Nacional (ref. PT/ADN/AV-VIDEO/BTC/0176)







Foto in "Revista Militar" n.º 2628 de Janeiro de 2021



Emblemas da Esquadra 121 - "Tigres", FAP, BA12, Bissalanca



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