IPMA e navios especializados da sueca Ocean Infinity em trabalhos de recolha de dados para parques eólicos offshore na costa Portuguesa
Três navios de investigação oceanográfica da frota "Armada", classe A78 (7804, IMO: 9924273; 7805, IMO: 9924285; 7808, IMO: 9924314), com bandeira de Singapura, detidos e operados pela sueca Ocean Infinity, construídos entre 2023 e 2024, a operarem a partir do Porto de Leixões, Matosinhos, Porto, Agosto de 2025, no contexto da 2.ª fase da Campanha Oceanográfica de Recolha de Dados Geofísicos e Geotécnicos, no âmbito do projecto C21-i07.01 de "Estudos técnicos para potencial energético offshore" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da União Europeia para Portugal.
Tendo como objectivo caracterizar a superfície e a subsuperfície dos fundos submarinos em duas das áreas previstas para implementação futura dos parques eólicos offshore, nomeadamente Figueira da Foz (1325 km2 / 4.6 GW) e Leixões (722 km2 / 2.5 GW), esta campanha iniciou-se a 12 de Maio de 2025, no Cais dos Bacalhoeiros, em Aveiro, com o lançamento desta 2.ª fase a ter tido lugar na Estação de Passageiros do Porto de Leixões, a 17 de Junho de 2025, e decorrendo até 15 de Novembro de 2025. A coordenação e monitorização dos trabalhos decorre sob a alçada dos investigadores da Divisão de Geologia e Georrecursos Marinhos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Esta prestação de serviços, de recolha de dados de geofísica e geotécnica em contexto oceanográfico, pela companhia sueca Ocean Infinity A.B., foi alcançada por concurso internacional, adjudicado e formalizado pelo contrato 95/2024 (de 1 de Outubro de 2024) pelo valor de 21 758 161,52 EUR (vinte e um milhões, setecentos e cinquenta e oito mil, cento e sessenta e um euros e cinquenta e dois cêntimos).
Estes navios da frota "Armada" da sueca Ocean Infinity correspondem à classe A78, com 78 metros de comprimento, com 15 metros de boca e 5 metros de calado, deslocam 3 500 toneladas, com uma velocidade de cruzeiro em modo de consumo reduzido de 8 a 10 nós. Equipados com sensores geofísicos rebocados e no casco, bem como com capacidade de trabalharem com sistemas de veículos operados remotamente ("Remotely Operated Vehicle", ROV), como o Saab Seaeye Leopard. Contam com infraestrutura de "moonpool" no seu convés de trabalho à ré, que permite a colocação e remoção directa a partir da vertical do oceano de equipamentos e veículos. Estes navios que operam em condição de tripulação reduzida com possibilidade de operação remota assente sobre sistema da norueguesa Vard.
Através da WindFloat Atlantic, Portugal conta com o primeiro eólico marítimo flutuante semi-submersível do mundo, a 17 km da costa de Viana do Castelo, com 25 MW de capacidade instalada a partir de 3 turbinas Vestas de 8,4 MW, ancoradas com correntes ao leito marinho a cerca de 100 metros de profundidade. Está conectado à rede desde final de 2019 e foi comissionado em 2020. É detido pela WindPlus, S.A. que tem como accionistas a Ocean Winds (um empreendimento conjunto entre a ENGIE e a EDP Renováveis, dedicado à eólica marítima), a Repsol e a Principle Power Inc. (PPI).
Foto via Porto de Leixões.
Foram definidas quatro áreas no espaço marítimo nacional de Portugal para o desenvolvimento de energias renováveis offshore (área total de 2 712 km²), com as seguintes capacidades energéticas associadas (de Norte para Sul): Viana do Castelo – 229 km² / 0,8 GW; Leixões – 722 km² / 2,5 GW; Figueira da Foz – 1 325 km² / 4,6 GW; Sines – 430 km² / 1,5 GW. Diagrama de cartografia anotada via Projecto OWF ("Offshore Wind Farm") - IPMA
Exemplo de linhas planeadas para aquisição de dados geofísicos, comparando as campanhas de 2024 e 2025. Detalhe para a área de Leixões: linhas a grosso da campanha de 2024; linhas finas da campanha de 2025 (aumento de 10 vezes na densidade de linhas). Diagrama de cartografia anotada via Projecto OWF ("Offshore Wind Farm") - IPMA
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