Plataforma S-200 de mísseis de longo alcance em uso pelas Forças Armadas da Ucrânia
Costa Noroeste do Mar Negro
Ucrânia 2025
Detalhes da operação pelas Forças Armadas da Ucrânia, a partir da costa Noroeste do Mar Negro, de uma plataforma de defesa anti-aérea de longo-alcance S-200 ("С-200"), designação NATO SA-5 "Gammon", 2025. Tratam-se de mísseis de 11 metros e 7 toneladas, capazes de voar a Mach 4, com um alcance na ordem dos 300 km e que projectam 37 000 fragmentos quando detonados, desenhados para interceptar aeronaves, mas adaptado também para uso contra objectivos terrestres.
A plataforma S-200 foi desenvolvida em 1964 pela OKB-2 liderada por Pyotr Dmitrievich Grushin, e entrou ao serviço das Forças Armadas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1967 como uma arma de defesa anti-áerea estratégica, orientada a abater bombardeiros estratégicos, voando a grande altitude, transportando armas nucleares.
A plataforma assenta num dispositivo operacional composto por vários lançadores integrados por equipamentos de comando e controlo, posto de comunicações e de radar, geradores e eventuais viaturas de re-municiamento. Com várias modernizações ao longo so seu ciclo de vida (i.e., "Vega" e Vega-M" ("Вега" e "Вега-M") na década de 1970; e "Dubna" ("Дубна") na década de 1980), a plataforma S-200 usa mísseis de 11 metros de comprimento e com uma massa de 7 toneladas, voando a Mach 4 (quase 5 mil km por hora; 1,3 km por segundo) com um alcance operacional de 300 km até uma altitude de 40 km (5V28M/5В28М da variante modernizada "Dubna"). Guiados por radar (semi-activo), estão armados com um ogiva de fragmentação de 217 kg, contendo 90 kg de alto explosivo e um total de 37 000 fragmentos ( 21 000 fragmentos de 9,5mm (3,5g) e 16 mil fragmentos de 7,9mm (2g) ).
O seu uso em contexto de combate, no Teatro de Operações da Síria, levou, a 10 de Fevereiro de 2018, as Forças Armadas da Síria a abaterem um F-16I "Sufa" ("Tempestade") da Força Aérea de Israel e, a 17 de Setembro de 2018, na região de Latakia, no Noroeste da Síria, a abaterem um Ilyushin Il-20M (RF-93610), designação NATO "Coot-A", uma aeronave recolha de informações a partir de sinais electrónicos e de comunicações (SIGINT), ao serviço da Federação Russa (que colaborava com as forças sírias, tendo, portanto, sido alvo de fogo amigo).
As Forças Armadas Ucranianas contaram, historicamente, com 5 a 6 batalhões equipados com a plataforma S-200, num efectivo correspondente a 1 bateria por batalhão, com 6 lançadores por bateria, num total na ordem dos 30 a 36 lançadores e com dezenas de mísseis armazenados (compreendendo a última versão, "Dubna").
A 4 de Outubro de 2001, no decurso de um exercício de fogos-reais anti-aéreos por parte da 96.ª Brigada de Mísseis Anti-Aéreos ("96 зрбр") das Forças Armadas da Ucrânia, em Cabo Opuk na península de Kerch, no Leste da Crimeia, um míssil 5V28M, da variante modernizada "Dubna" da plataforma S-200, abateu uma aeronave civil de passageiros, um trimotor Tupolev Tu-154 (Tyполев Ту-154), ao serviço da Siberia Airlines, no voo 1812 de Tel Aviv (Israel) para Novosibirsk (Federação Russa), que se despenharia sobre o Mar Negro, provocando a morte aos seus 66 passageiros e 12 tripulantes. O míssil 5V28M falhou o seu alvo de treino (uma aeronave não tripulada) e acabaria por atingir o Tu-154 a uma altitude de 11 km, a uma distância de 245 km percorrida em 220 segundos (cerca de 3 minutos e meio).
A 30 de Outubro de 2013 a Ucrânia retirou as suas plataformas S-200 de serviço, até ali instaladas em Kyiv, Odesa, Kherson, Lviv e na Crimeia. Em 2018 foram reactivadas ao serviço com o objectivo de serem alcançadas 6 sub-unidades activas. Foram referenciadas entretanto, em 2023, em uso em ataque sobre objectivos terrestres (com mísseis modificados) e, a 23 de Fevereiro de 2024, para abaterem, sobre o Mar de Azov, uma aeronave AWACS ("Airborne Warning and Control System"), de controlo e alerta aéreo antecipado, Beriev A-50U (designação NATO, "Mainstay") da Federação Russa, bem como, a 19 de Abril de 2024, para abaterem um bombardeiro estratégico Tupolev Tu-22M3 (designação NATO, "Backfire").
Fotos seleccionadas e editadas por "Espada & Escudo" a partir de vídeo via Direcção Geral dos Serviços de Informações ("Golovne Upravlinnya Rozvidky", GUR | "Головне управління розвідки", ГУР) do Ministério da Defesa da Ucrânia
Vídeo, resolução 848x464, via Direcção Geral dos Serviços de Informações ("Golovne Upravlinnya Rozvidky", GUR | "Головне управління розвідки", ГУР) do Ministério da Defesa da Ucrânia
Idem, em resolução 1920x1080 (sem som)
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