Base Naval de Lisboa - Fragatas Bartolomeu Dias e D. Francisco de Almeida da Marinha Portuguesa


Base Naval de Lisboa, Portugal 
28 de Abril de 2025

À esquerda na foto, o NRP Bartolomeu Dias (F333) e, à direita, o NRP D. Francisco de Almeida (F334), fragatas da classe Bartolomeu Dias da Marinha Portuguesa, na Base Naval de Lisboa (BNL), na manhã de 28 de Abril de 2025.
O NRP Bartolomeu Dias largou nesta mesma manhã, comandado pelo (OF-4) Capitão-de-fragata Elias Joaquim Véstia Cagarrinho, liderando uma guarnição de 174 militares, para participar nos exercícios NATO "Neptune Strike 25.1" e "Med Strike 25" (com os "Carrier Strike Groups" (CSG) do Reino Unido e Itália, no Mediterrâneo), ficando depois afecto à força "Standing NATO Maritime Group 1" (SNMG1). Completando uma missão total de cerca de 4 meses, regressará à BNL a 22 de Agosto de 2025.
O NRP D. Francisco de Almeida, comandado pelo (OF-4) Capitão-de-fragata Paulo Santos Garcia, liderando uma guarnição de 162 militares, regressou à BNL três dias antes deste registo, a 25 de Abril de 2025, após 37 dias de missão, onde participou, em contexto NATO, nos exercícios MARE APERTO 25 e NATO DYNAMIC MARINER/FLOTEX 25, integrou a força europeia EUROMARFOR e participou ainda, sob a égide da "European Carrier Group Interoperability Initiative" (ECGII), na escolta ao porta-aviões francês Charles de Gaulle (FR CSG-CDG) na Operação CLEMENCEAU.
A classe Bartolomeu Dias da Marinha Portuguesa, composta por estas duas fragatas, tem um comprimento de 122,25m, uma boca máxima de 14,4m, deslocando 3 320 toneladas, com uma velocidade máxima de 20 nós na variante de propulsão diesel (e de 29 nós na variante de turbinas a gás). Está armada com uma peça de artilharia OTO Melara de 76 mm; plataforma Mk 48 VLS com até 16 mísseis Sea Sparrow (curto alcance de defesa anti-aérea); com até 2x4 mísseis Harpoon (longo alcance, anti-navio); com 2x2 tubos lança torpedos MK46; com sistema de defesa antimíssil e superfície, "Close-In Weapons System", CIWS Goalkeeper, assente num canhão GAU-8 de 30 mm com 7 canos rotativos ("Gatling"); e podendo estar equipada com um helicóptero Westland Lynx Mk95, para o qual possuí hangar e convés de voo.
O NRP Bartolomeu Dias (F333), primeiro navio da classe, originalmente lançado a 16 de Maio de 1992 e que viria a servir como HNLMS Van Nes na Marinha Holandesa, entrou ao serviço da Marinha Portuguesa a 16 de Janeiro de 2009. O NRP D. Francisco de Almeida (F334), segundo navio da classe, originalmente lançado a 26 de Maio de 1993 e que viria a servir como HNLMS Van Galen na Marinha Holandesa, entrou ao serviço da Marinha Portuguesa a 15 de Janeiro de 2010.
Visando prolongar o seu serviço até 2035, foram alvo de modernização de meio de vida ("Mid Life Upgrade", MLU), na Holanda, entre 2018 e 2021 para a "Bartolomeu Dias", e entre 2020 a 2022 para a "D. Francisco de Almeida".
As intervenções deste MLU incidiram, entre outros, sobre:
(i) os sistemas de armas, com o "upgrade" sobre o sistema de controlo e lançamento dos mísseis anti-navio, com suporte para os RGM-84L Harpoon Block II; idem para suporte aos mísseis de defesa anti-aérea RIM-162 ESSM Block II, projectados a partir da plataforma Mark 41 VLS de 16 células; e sobre a plataforma Goalkeeper CIWS ("Close-in Weapon System"), cal. 30×173mm, com novas capacidades de seguimento de alvos e integração com sistemas de informação;
(ii) sensores, com o "360° Gatekeeper" (da Thales), o "Digital Compact Multi-Purpose Advanced Stabilized System", DCoMPASS (da Elbit Systems), o sistema " Identification Friendly or Foe" (IFF) Mod 5 (incluindo o modo S), e "Electronic Support Measures (ESM) VigileD" (da Thales); e novo mastro integrado;
(iii) sistemas de informação, comunicação, comando e controlo, com o "Integrated Platform Management System" (IPMS) da RH Marine, o "Combat Management System" (CMS) Guardion, os meios de "Data Link" (Link 16, 22 e JREAP C) e ICCS6 ("Integrated Communication Control System") da IED.
O nome da classe é uma homenagem a Bartolomeu Dias (1450-1500), um navegador português que, sob o reinado de D. João II, em 1488, com duas caravelas de 50 toneladas e uma naveta auxiliar, cruzaria o extremo Sul de África, marcando a descoberta europeia da passagem marítima do Atlântico rumo ao Índico (até à Baía de Algoa). Entre 1497 e 1499, Vasco da Gama lideraria, com base nestas informações e cartografia produzida, a primeira expedição portuguesa a completar o caminho marítimo para a Índia, alcançando Calecute, na costa do Malabar, a 20 de Maio de 1498.
Foto seleccionada e editada por "Espada & Escudo" a partir de vídeo via CIRP - Imagem e Design | Marinha Portuguesa





Vídeo via CIRP - Imagem e Design | Marinha Portuguesa




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